Thursday, May 25, 2006

Quim Barreiros - Behind The Music

A 19 de Junho de 1947, precisamente 6 anos e 265 dias depois de John Lennon, nasce aquele que viria revolucionar a música de baile nacional e internacional. Joaquim de Magalhães Barreiros , vulgarmente conhecido por Quim Barreiros, herdou do pai o gosto por música e a alma de artista , tendo a mãe influenciado o seu gosto por pratos regionais e culinária em geral. Criança precoce Quim Barreiros teria participado num Bravo Bravissímo , não corresse o ano de 1955 e a apresentadora do programa Ana Marques estar ainda por nascer. Contentava-se assim o pequeno Quim Barreiros a tocar bateria na banda de seu pai “O Conjunto Alegria”. Em 1971 , já com 24 anos Quim Barreiros lança o seu primeiro álbum “Folclore minhoto”, com uma sonoridade muito distante do QB actual, mas mesmo assim já familiar , não fosse o acordeão o instrumento predominante no álbum. Em geral os álbuns seguintes mantêm a sonoridade típica minhota, sempre influenciada pelo folclore. QB deixa-se levar pela onda intervencionista do 25 de Abril e lança em 1975 os singles “O malhão não é Reacionário” e “Acordai Forças-Armadas”. Mas é em 1976 e 1977 com os singles “Tira fora que vem Gente”, “O Franguito da Maria” e o genial “Queres é levar com o Chouriço” que são dados as primeiras achegas do futuro que se avizinha.
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Quim Barreiros 1977 . “Queres levar com Chouriço?” “Quero quero” - respondia o público.


Em 86, após 5 anos do medíocre “Dance com Quim Barreiros e o seu Trio” , QB regressa com o que é ainda hoje o seu mais emblemático álbum “Bacalhau à Portuguesa”. Não só um álbum que define um artista, mas também o percursor de um novo estilo “Bacalhau á Portuguesa” transportou QB para as tão merecidas luzes da Ribalta. No entanto o artista não estava preparado para tamanha projecção, e não soube lidar muito bem com a sua fama. Os problemas com drogas e vinho tinto, e os escândalos obrigaram QB a se afastar dos palcos e do estúdio. Entramos na década de 90 e apenas apareciam reedições de “bacalhau à portuguesa” e outros clássicos do cantor são lançados nesse ano. Em 92 QB lança 4 volumes de cantigas ao desafio. Muito material e pouca qualidade, uma verdadeira desilusão para os fãs que ansiavam pelo sucessor. Parecia que o músico não era capaz de repetir o sucesso de “Bacalhau à Portuguesa”. No entanto este surpreende todos e cala os críticos que diziam não ser possível repetir a façanha de 86, ao lançar “Mestre de Culinária”. “Mestre de Culinária” aplicava mais uma vez a formula de “Bacalhau à Portuguesa” , com uma componente lírica forte associada a grandes arranjos musicais. QB não parou e o final deste ano, aproveitando a loucura dos dinossauros que se vive então (graças ao Parque Jurássico), vê o lançamento do álbum “Meu Dinossauro”. Os seguintes anos provaram que o génio de QB não se esgotara e tira a razão de todos os que disseram que este não se conseguiria adaptar aos anos 90. Sempre atento aos problemas sociais, o músico provou conseguir aliar mensagens de reivindicação e alerta a boa musica, e atingir assim diversos segmentos do público. Vejam-se “Não gastes Tudo”(1995) , “Minha Vaca Louca” (1996) e “Marcha da Expo98 (a Última do Milénio)”(1998). Nesta altura, surgem uma série de artistas que, ao vão para além de se influenciaram no trabalho de QB, tornando-se autenticas fotocópias do famoso acordeonista. Quem não se lembra de Quim Gouveia , Quinzinho de Portugal, o pequeno Saúl, e Rui Veloso.

1995 A época de ouro da música portuguesa – Quim Barreiros e João Baião
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No entanto era preciso um grande sucesso que conseguisse equiparar-se aos agora antiguinhos ”Mestre de Culinária” e o “Sorveteiro”. QB fecha-se no seu estúdio em Madrid para preparar o seu regresso. E este não podia ser melhor com o lançamento do já clássico “A Garagem da Vizinha”(2000). Barreiros, visto ser um cliente e apreciador da marca (coleciona miniaturas desde 98) , obteve permissão da Porsche para poder usar o modelo Carrera 4s na capa do seu álbum bem como na promoção deste. A Garagem da Vizinha vem provar que a formula de Quim Barreiros está bem fresca e recomenda-se. Musica obrigatória em qualquer dos seus concertos, é um tema cuja letra anda na boca de todos , ainda que alguns não percebam a sua componente metafórica. O novo milénio segue assim para Quim Barreiros com o lançamento de duas colectâneas de Best Of. Já em 2005 QB lança “O Ténis”, álbum com 10 temas em que o cantor reformula o género, de modo a inovar, visto as sacadas deste álbum serem tão directas que quase se perde a parte metafórica já habitual em suas canções. Aguardamos pelo lançamento do novo álbum de QB “ A padaria “ (um regresso aos tempos em que QB só cantava sobre comida).
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O Rei do Acordeão com o Rei dos Cachorros Quentes – Quim Barreiros e Rui Veloso
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Tuesday, May 09, 2006

Para cantar no Cortejo (e não só)

Faltam menos de 24 horas para o cortejo académico , aquando a escrita deste texto, e os nervos já se sentem. Têm sido semanas arduas de trabalho, mas conseguem-se já avistar os frutos de tal empenhamento. E para que amanhã tudo corra bem, o Mundo Lego dá o seu contributo, na esperança de que mais uma vez, as vozes dos estudantes se ouçam bem alto pelos confins da cidade do Porto. Para ajudar os estudantes que não foram à praxe durante o ano porque estavam preocupados com coisas menores como gajas e sexo, Riccardo Cortez a pedido do Mundo Lego escreveu-nos uns bonitos versos que poderão ser cantados durante o cortejo e usados para saudar Rui Rio. O vocábulario atinge por vezes um tom provocador , mas que seria da vida estudantil sem esse toque de irreverência?

Resta-me desejar-vos bom cortejo. Aqui fica o poema :


Queimodromo, os poemas soltos 1


Eu fui à Queima
Pra ser fodida
Não consegui
Fiquei cozida

E nem com’a bêbada
Ninguém me lambeu
E a fufa de Belas Artes
A cona não me comeu
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Eu fui à queima
Para pela primeira vez foder
Mas nem o segurança dos Clã
Me quis comer
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Eu fui á queima
Pra fazer moche
Mas acabei
A fazer um broche

Toda trajada
De pastinha e fita
Capirinha, Shot
Levei na pita
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Eu fui à Queima
Mostrei a meloa
A um taradão
Da Fernando Pessoa
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Eu fui à Queima
Com um rapaz da net
Acabamos a foder
Por trás da barraca da FEP
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Eu fui à queima
Pra ouvir o “ketechupe”
Mas acabei a pinar
Com um caralho da FLUP
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E foi na queima,
Que eu quis que ele me desse,
No rabo meu querido
Meu amorzinho do FCDEF
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Foi por trás do CDUP
Que perdi os três
À frente e retaguarda
E mais logo outra vez

Eu fui à queima
Com o meu namorado
Apanhei grande moca
E o rabo alargado



Obrigado Cortez, os mais novos agradecem!

Friday, May 05, 2006

Tiram-nos Saramago... Tiram-nos Tudo !




Saramago e as suas Histórias "Era uma vez um português, um francês e um inglês..."


2006 é um ano histórico para Portugal. E não nos estamos a referir ao facto de mais uma vez Portugal receber o famoso festival de batatas fritas, Rock in Rio. É pois o marcante ano em que pela primeira vez, José Saramago não actua na Queima das Fitas em 32 anos. Saramago, “português de osso mas argentino de alma, por causa dos tangos” como ele se descreve no seu best-seller autobiográfico “Diário de um Benfiquista”, tornou-se mundialmente famoso quando o seu livro “Anedotas de Alentejanos” destronou “As Palavras que nunca te direi” na final dos prémios MTV. Todos os anos Saramago fazia uma participação especial na terça-feira da Queima das Fitas do Porto, para divertir um pouco os estudantes, com as animadas peripécias das suas obras, tornando-se numa figura de culto deste importante evento. Este ano surpreendeu todos os seus fãs quando não apareceu mencionado no cartaz. Aos milhares de protestos que choveram sobre a organização do evento, esta responde que os tempos estão a mudar e os jovens põe de parte as obras de cariz mais filosófico, preferindo os livrinhos com letras bem gordas e grandes, capítulos piquenos , e capas com a Mona Lisa.
Resta-nos sonhar que no próximo ano Dan Brown venha ler uns capítulos d’”O Código da Vinci” para todos nos rirmos um bocadinho na já mítica terça-feira da Queima.


PS: Quereis conhecer a obra de Saramago??? Esta está disponivel na Fnac , no Continente e em K7 nas bombas de gasolina em versões cantadas pelo famoso Quim Gouveia.