Olá jovens bloggers. Sou o Ignácio Giesteira, coleccionador e sobretudo conhecedor de artigos relacionados com a arte gráfica da banda desenhada e com o cinema de aventura. Muitos de vocês, cidadãos da blogosfera, são capazes de conhecer o meu filho e aprendiz Ignacito, que dá pelo nome de Igner e que comenta em vários blogues de bd e coleccionismo. Hoje fui convidado pelos 2 membros deste interessantíssimo blog de variedades a escrever um artigo sobre os vários personagens da cultura popular que possuem a designação de "capitão", em honra dos capitães que revolucionaram este país no dia 25 de Abril de 1974. Estou muitíssimo grato por esta oportunidade e, sem mais delongas, começo por apresentar estes heróis:
Capitao Eo:
Personagem de um filme tridimensional que foi exibido nos parques temáticos da Disney (não confundir com o pirata Capitão Jack Sparrow). O tal capitão foi interpretado por Michael Jackson, na altura em que o cantor estaduninense tinha uma carreira mais badalada que a sua vida pessoal, salvo erro durante os tempos do Black and White (tema que o “nosso” Caetano também canta), em cujo teledisco aparece o puto reguila desse clássico natalício Sozinho Em Casa. A realização e produção ficaram a cargo de dois génios do cinema de aventura, Francis Ford Coppola e George Lucas, respectivamente. Capitão Eo usava os poderes da música para lutar contra alienígenas malvados e tirânicos, um pouco como os nossos militares fizeram, usando o poder dos cravos. Os seus efeitos especiais foram bastante inovadores para altura, conseguindo catapultar o espectador para dentro da acção. No entanto, esse feito é conseguido um pouco melhor no vídeo-jogo de consola Michael Jackson’s Moonwalker em que podemos controlar o próprio rei da Pop.
Um herói da já extinta e jurássica Charlton Comics, originalmente denominado de Peacemaker, cá em Portugal foi divulgado pela distribuidora que tinha o original nome de Distribuidora de Publicações LDA. O Capitão Paz aparecia em alguns números da colecção Escaravelho Azul, que retirava o nome de outro herói da Charlton, o Blue Beetle. Curiosamente, Blue Beetle nesta colecção tinha o nome de Escaravelho Negro! Outra curiosidade interessante nesta colecção é que havia sempre uma foto de um futebolista famoso na contra capa, para aliciar os jovens portugueses a completar a colecção e, no fundo, para descobrirem as maravilhas da leitura e dos contos ilustrados de aventuras. Para mim era um dois-em-um pois, para além adepto de bd, também adoro futebol. O Capitão Paz era um diplomata da ONU que amava tanto a paz que estava disposto a lutar por ela, tornando-se assim um homem violento e belicista. Os inimigos do capitão Paz tinham trajes e um símbolo semelhantes aos sovietes, no entanto, pelo menos nas histórias que eu li, não são referidos por essa denominação. Nos anos 80 houve um revamp do personagem, que aqui em Portugal recebeu o nome de o Pacificador. Aí foi descoberto que a sua dualidade advinha de problemas psicológicos, um pouco à imagem do gangster Michael Corleone.
O herói do seriado infanto-juvenil por excelência da década passada que nos ensinou a reciclar e a cuidar do ambiente vários anos antes do nosso Ecoman (ou desta nova e feliz “onda verde” de Hollywood), para além de nos ensinar a tolerar pessoas de várias cores, raças e credos, pois havia uma personagem de cada cor e apenas reunindo todos os anéis de cada petiz aparecia o eco-herói. A personagem era também conhecida pelo seu “corte à Barcelona”, que inspirou muitos jovens adultos contemporâneos, como se pode facilmente constatar. Até o meu filho, que só viu o Capitão Planeta em vídeo-cassete, preferiu este penteado do que um cabelo à Quaresma. O seriado foi criado por Ted Turner, possivelmente num dos intervalos de fazer o amor com Jane Fonda, a actriz que fez de Barbarella (com novo filme já marcado para um futuro próximo!).
Capitão 7:
Provavelmente a personagem com a história mais trágica desta lista, visto já não haver registo algum das suas primeiras histórias. Criado pelo canal de televisão brasileiro Record, que ocupa o lugar 7 no televisor, este capitão foi criado em 1954, com um estilo parecido com os serials de cinema do Super Homem ou do Capitão Marvel (outro capitão que não será descortinado aqui por falta de espaço). A personagem principal era interpretado por Ayres Campos, um pugilista famosíssimo da altura e era dos programas mais vistos no Brasil. Infelizmente, após um incêndio das instalações do canal Record, todos os episódios desta série que parece ser a melhor de todo o Universo, foram perdidos. A comparação com a Biblioteca de Alexandria é incontornável e o prejuízo para a Humanidade equivalente. No entanto, a personagem pode ser encontrado em gibis (bandas desenhadas brasileiras), se bem que a minha busca por eles em terras de Viriato se mostrou infrutífera. Uma nova série de bandas desenhadas do Capitão 7 está a ser preparada, mas em vez de desenhos vai ter imagens geradas a computador, que mais parecem aquelas que se encontram em sites pornográficos criados nos finais de 90 ou, para dar um exemplo mais recente, o grafismo do documentário Brava Dança (só com o computador é possível restaurar certas imagens fílmicas de pouca qualidade).
Como se costuma dizer, o melhor fica para o fim. Capitão Futuro, o homem do amanhã, começou por ser uma personagem da literatura pulp. Porém os seus dias de glória surgiram quando o capitão foi adaptado para uma série anime. Apesar de nunca ter visto um único episódio da série, consegui ver vários genéricos do mesmo nesse tal de YouTube, que mudam de país para país. A sua glória completa pode ser encontrada, no entanto, no formato de banda desenhada. Na primeira página de cada número (eu possuo orgulhosamente o número 1 desta série) ficamos a conhecer o elenco da série, que possui personagens bastante dinâmicas como o robot que se transforma em tudo e o homem que tem poder de se transformar nesse mesmo robot (apesar de o chapéu de marinheiro ser sempre visível). De notar também as fantásticas naves desta publicação, que não são nada mais do que arremedos imperfeitos de naves de melhores franchises de ficção científica, mas desenhadas e coloridas por miúdos de seis anos, tal como o resto da série de resto. Agora que está tanto na moda os filmes de super-heróis, era bom levar finalmente este grande ícone do heroísmo para o grande ecrã.
3 comments:
Olá Mundo Lego! Queria mais uma vez agradecer a oportunidade que me deram de expor os meus conhecimentos ao vastissimo publico do vosso blog. Pena os e-mails ainda demorarem muito tempo a chegar, pois este artigo devia ter saido no dia 25 de Abril. Bem, imaginem só se eu tivesse mandado por aquilo que os americanos chamam de correio caracol (risota). Aí só chegava mesmo no 25 de Novembro!
O prazer de te ter aqui foi tremendo, seja a 25 de Abril, ou a 25 de Novembro (parece que a internet intupiu com as festividades desse saúdoso dia). Afinal, liberdade é quando um homem quer!
Cara aonde encontrou isso?
rs
capitão paz!
kkkkkkkkkkkkkk
Nunca ouvi falar nessa editora
Post a Comment